No apito final, o silêncio. Imóveis e pensativos, alguns torcedores alvirrubros olhavam para o campo na tentativa de entender a derrota. Outros, cabisbaixos, tinham pressa para deixar o estádio. Após a derrota em casa para o Pelotas, que adiou o sonho do acesso, a sensação na arquibancada era de frustração. Com a festa na torcida visitante, não demorou muito para que o torcedor deixasse a Baixada.
Minutos finais
Foram mais de 62 minutos de segunda etapa. Nos momentos finais, após o gol do atacante Michel que deixou o Inter-SM mais perto de levar a decisão aos pênaltis, era difícil encontrar um torcedor que não estivesse em pé, apreensivo. A cada ataque e busca pelo empate, a torcida parecia empurrar a equipe até o gol e fazia o som do "vamos subir, inter" ecoar pelo estádio. Mas, com o apito final, o grito do torcedor deu lugar às mãos ao rosto, à decepção e ao abraço.
A saída da Baixada
Na saída do estádio, cabeças cabisbaixas. “Ano que vem estamos aqui de novo”, “não acredito” e comentários breves sobre a partida pareciam resumir o sentimento de mais de 6 mil torcedores que foram até a Baixada. O professor aposentado Antônio Fortes, 69 anos, aponta para o uniforme do Inter-SM comprado em 2000 para mostrar que a trajetória junto ao clube não é de hoje.
– Fica uma frustração porque nós estávamos confiantes. O time do Inter-SM é um time bom. E perder aqui, em frente à torcida, o estádio lotado… eu estou muito triste. Quase chegamos na primeira divisão e agora essa frustração. Mas futebol é isso e bola para frente.
+ Entre no canal do Diário no WhatsApp e confira as principais notícias do dia
Assim, por alguns minutos após o fim de jogo, a frustração de jogadores no gramado se estendeu para a arquibancada. Ainda com os olhos cheios de lágrimas, a esteticista Lara Henrique, 35, tinha dificuldades para resumir o sentimento que, para ela, parecia dobrado. Isso porque, em campo, estava o marido Michel - atacante alvirrubro que marcou o único gol do Inter-SM na partida.
– Estamos tristes, eu esperava esse acesso, mas infelizmente não deu. Agora tem outro campeonato pela frente, vamos levantar a cabeça e seguir porque entregamos uma boa campanha. Não tenho muito o que dizer. Na minha posição de esposa, estou acabada. Esperava que hoje a gente fizesse festa, mas infelizmente não aconteceu.
Do lado de fora, o sentimento se repetia. O empresário Márcio Caetano, 44, olhava para o estádio na tentativa de entender o que aconteceu. O tradicional chapéu alvirrubro, que lembra a memorável campanha de 2008, não esconde a torcida para que a história se repetisse em 2025.
– É um sentimento de frustração. Mais uma vez a torcida veio e mais uma vez não deu. Ano que vem vai ser difícil mobilizar todo mundo de novo. Mas vamos tentar outra vez – conta o torcedor que, desde os 10 anos, frequenta o estádio.
Leia mais: